O mundo atual apresenta aos seus profissionais novos e grandes desafios. O avanço científico e tecnológico, a rapidez dos processos de comunicação, derrubando barreiras geográficas e colocando os limites de tempo sob um novo prisma, a transformação dos processos culturais com a proliferação de áreas multidisciplinares de conhecimento, a informatização global e intensiva, com a disseminação do uso de computadores domésticos cada dia mais poderosos, indicam a necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel da Universidade no século que se inicia.
Dentro deste panorama, a Universidade é, cada vez mais, chamada a desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento de uma educação multidisciplinar e eticamente orientada a fim de buscar e encontrar soluções para os problemas locais, regionais e nacionais. Ela deve, portanto, assumir um compromisso para com um processo contínuo de informação, pesquisa e educação voltado para o desenvolvimento em áreas estratégicas que nos permita construir um modelo de crescimento sustentável e de uma sociedade mais justa. Pela reflexão crítica e por seus trabalhos de pesquisa, as Universidades devem não somente advertir, mas também conceber soluções viáveis e racionais que conduzam, em última análise, ao desenvolvimento nacional e a um futuro viável.
Para atender a essas exigências, parece ser necessário definir como prioridade a formação de profissionais capazes de promover a inovação e o avanço do conhecimento e comprometidos na busca de soluções para alguns de nossos complexos problemas. Isto é, profissionais capazes de criar novas formas, métodos e processos de conhecimento, mas também capazes de refletir, criticar, questionar, decidir e atuar na realidade social.
Em particular, a UFRJ, que sempre serviu como modelo de ensino no nosso país, deve repensar os seus currículos dentro desta nova perspectiva integradora e interdisciplinar e, ao mesmo tempo em que melhor aproveita recursos humanos e materiais existentes, possibilitar aos seus alunos uma formação científica mais sólida e abrangente.
Além disso, a especialização do mundo atual não permite mais o trabalho isolado, e equipes multidisciplinares são cada vez mais necessárias no desenvolvimento de projetos. A Universidade, que prepara profissionais para um mercado de trabalho cada vez mais exigente, deve estimular e promover o trabalho colaborativo e a integração entre as diversas áreas do conhecimento.


“A formação mais especializada pode tornar-se rapidamente obsoleta. O profissional com formação mais científica e interdisciplinar se adapta facilmente a mercados de trabalho altamente instáveis”. (Academia Brasileira de Ciências, Subsídios
para uma Reforma do Ensino Superior, 2004, pág. 13)

Dentro deste quadro global, o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza – CCMN, através de suas unidades, os Institutos de Física, Geociências, Matemática, Química e o Observatório do Valongo, apresentou em 2008 esta proposta de criação de curso, consequência de sua política de integração acadêmica que, em diversos níveis de ação, procura contemplar atividades, projetos e planos que estimulam a interdisciplinaridade e o trabalho coletivo e valorizam o esforço acadêmico de suas unidades.